sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O QUE É DEMÊNCIA?

Muito se ouve falar acerca de Demência, mas de acordo com as classificações médicas ela não um tipo de doença e sim uma síndrome. E o que é uma síndrome? Síndrome é um grupo de sinais físicos e sintomas que a pessoa apresenta, podendo estar presentes em vários tipos de doenças. Desta forma, uma síndrome a Demência apresenta algumas características principais segundo Ballone (2008). 

  • Prejuízo da memória. Os problemas de memória podem ser desde um simples esquecimento leve até um comprometimento grave que pode levar a pessoa a esquecer quem é.
  • Problemas de comportamento. Normalmente se caracteriza por agitação, insônia, choro fácil, comportamentos inadequados (masturbação compulsiva, por exemplo), perda da inibição social normal (falar palavrões ou o que está pensando sem medo de represálias, por exemplo), alterações de personalidade.
  • Perda das habilidades. Habilidades aprendidas durante a vida são esquecidas, como por exemplo dirigir, cozinhar, usar equipamentos, conhecimentos técnicos, abstratos, etc.

Os sintomas iniciais de Demência variam de cada caso, mas a perda de memória em curto prazo geralmente é o indício mais característico que chama a atenção da família. Ainda assim, nem todos os problemas cognitivos nos idosos por conta da Demência. Uma boa anamnese com um profissional qualificado, médico, psicólogo ou psiquiatra, irá poder determinar se existe a possibilidade do paciente apresentar algum tipo de Demência.


Os sintomas mais comuns nos quadros demenciais são:

Déficit de memória (dificuldade ou incapacidade de lembrar fatos, geralmente mais recentes, relacionados a memória de curtíssimo prazo)

Dificuldades de executar tarefas domésticas

Problema com o vocabulário (dificuldade em encontrar palavras para expressar-se, trocar palavras ou não conseguir nomear objetos)

Desorientação no tempo e espaço (não sabe que dia é, não sabe onde está)

Incapacidade de julgar situações (não tem reação em algumas situações ou age diferente do habitual em situações rotineiras)

Problemas com o raciocínio abstrato (dificuldade ou incapacidade de abstrair, de entender exemplos, analogias, fazer cálculos mentais, etc)

Colocar objetos em lugares equivocados (trocar objetos de lugares, colocando-o por exemplo a chave do carro na geladeira, guardando os frutas no guarda-roupa, etc)

Alterações de humor de comportamento (se zanga com facilidade, fica triste com facilidade, sem estímulos externos)

Alterações de personalidade (a pessoa passa a agir diferente da forma que agiu a vida toda, pode se tornar impulsiva, gritar ou se isolar completamente)

Perda da iniciativa (passividade frente a tudo)

Segundo Ballone:

"A Doença de Alzheimer é uma das formas de demência neurodegenerativas, mas não se pode generalizar todas as demências como sendo Doença de Alzheimer. A Doença de Alzheimer, a demência vascular, a demência com corpos de Lewy e a demência frontotemporal são as quatro causas mais freqüentes de demência."

Então existem várias formas de Demência, cada uma com uma causa diferente e diferente evolução da doença. O ideal é buscar primeiramente um médico para diagnosticar a doença, realizar exames específicos. Existem medicamentos que podem retardar o avanço de alguns tipos de Demência, e a estimulação cerebral pode ser útil, sendo um trabalho a ser realizado por psicólogos e terapeutas ocupacionais.

Referências:

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

DIA DO PSICÓLOGO- 27/08

Hoje é uma data de muitas conquistas para nossa categoria. São 53 anos de muita luta e ascensão nas mais diversas áreas do conhecimento. Como promotor da saúde e do bem estar de seus pacientes, o psicólogo não está envolvido apenas na clínica, mas também no esporte, no trânsito, nas organizações, nos hospitais, no judiciário, na saúde mental, na saúde coletiva,

na prevenção em saúde, no social, no combate a violência contra crianças, adolescentes e idosos e em instituições e outros locais que não consigo lembrar agora de cabeça. O psicólogo é responsável por promover o bem estar e a (re)adaptação das pessoas no seu processo vital de desenvolvimento. Desta forma nos comprometemos em auxiliar as pessoas a recuperar sua autoestima, a escolher melhor caminhos que vão levar o crescimento pessoal. O psicólogo é aquele guia que acompanha o paciente por uma jornada dolorosa, sempre ao lado dele, mas apenas como guia, pois quem trilha verdadeiramente o caminho é o próprio paciente.

Não somos uma profissão reconhecida, ainda existem muitos estimas e preconceitos, ainda não temos piso salarial e falta a nossa categoria uma organização melhor por direitos trabalhistas, visto que trabalhamos com sofrimento psíquico, o que é muito desgastante por um lado, porque doamos nossa energia para compreender a subjetividade maculada do paciente. Além disso, não somos, de forma alguma, uma categoria unida, infelizmente. Os Psicólogos tendem a ser separatistas por conta das linhas teóricas que seguem, quase como um fanatismo religioso, sendo que estamos tentando construir aqui um saber científico sólido e bem embasado, e como todo saber ele pode estar equivocado, sofrer atualizações e modificações. Outra tristeza são os psicólogos que praticam atividades fora da psicologia colocando-as como práticas cientificas, enganando o paciente e faltando com a ética. 

Apesar de tudo isso eu amo minha profissão. Não tenho reconhecimento, não tenho boas condições de trabalho, tenho o estigma daquele que cuida "dos loucos", mas mesmo assim tudo isso se desfaz como lágrimas na chuva quando um paciente me olha e diz "Eu não sei o que seria da minha vida sem o senhor" ou "Se não fosse por essa terapia eu teria me matado" ou ainda "Eu só consegui ter uma boa relação com minha filha graças as suas orientações". É isso que me move. É isso que me dá combustível para caminhar através das dificuldades como alguém que caminha num museu: admirando diferentes eras, diferentes problemas que acontecem e que não depende apenas de mim resolvê-los. É com muito amor que eu dedico esse dia a todos os pacientes que eu atendi e, se falhei com algum deles em algum momento, peço perdão, porque antes de psicólogo, acima de tudo, sou humano.


Leonardo Viana de Vasconcelos Martins
Psicólogo Clínico- Especialista em Psicodiagnóstico
CRP 11/05089