quinta-feira, 27 de agosto de 2015

DIA DO PSICÓLOGO- 27/08

Hoje é uma data de muitas conquistas para nossa categoria. São 53 anos de muita luta e ascensão nas mais diversas áreas do conhecimento. Como promotor da saúde e do bem estar de seus pacientes, o psicólogo não está envolvido apenas na clínica, mas também no esporte, no trânsito, nas organizações, nos hospitais, no judiciário, na saúde mental, na saúde coletiva,

na prevenção em saúde, no social, no combate a violência contra crianças, adolescentes e idosos e em instituições e outros locais que não consigo lembrar agora de cabeça. O psicólogo é responsável por promover o bem estar e a (re)adaptação das pessoas no seu processo vital de desenvolvimento. Desta forma nos comprometemos em auxiliar as pessoas a recuperar sua autoestima, a escolher melhor caminhos que vão levar o crescimento pessoal. O psicólogo é aquele guia que acompanha o paciente por uma jornada dolorosa, sempre ao lado dele, mas apenas como guia, pois quem trilha verdadeiramente o caminho é o próprio paciente.

Não somos uma profissão reconhecida, ainda existem muitos estimas e preconceitos, ainda não temos piso salarial e falta a nossa categoria uma organização melhor por direitos trabalhistas, visto que trabalhamos com sofrimento psíquico, o que é muito desgastante por um lado, porque doamos nossa energia para compreender a subjetividade maculada do paciente. Além disso, não somos, de forma alguma, uma categoria unida, infelizmente. Os Psicólogos tendem a ser separatistas por conta das linhas teóricas que seguem, quase como um fanatismo religioso, sendo que estamos tentando construir aqui um saber científico sólido e bem embasado, e como todo saber ele pode estar equivocado, sofrer atualizações e modificações. Outra tristeza são os psicólogos que praticam atividades fora da psicologia colocando-as como práticas cientificas, enganando o paciente e faltando com a ética. 

Apesar de tudo isso eu amo minha profissão. Não tenho reconhecimento, não tenho boas condições de trabalho, tenho o estigma daquele que cuida "dos loucos", mas mesmo assim tudo isso se desfaz como lágrimas na chuva quando um paciente me olha e diz "Eu não sei o que seria da minha vida sem o senhor" ou "Se não fosse por essa terapia eu teria me matado" ou ainda "Eu só consegui ter uma boa relação com minha filha graças as suas orientações". É isso que me move. É isso que me dá combustível para caminhar através das dificuldades como alguém que caminha num museu: admirando diferentes eras, diferentes problemas que acontecem e que não depende apenas de mim resolvê-los. É com muito amor que eu dedico esse dia a todos os pacientes que eu atendi e, se falhei com algum deles em algum momento, peço perdão, porque antes de psicólogo, acima de tudo, sou humano.


Leonardo Viana de Vasconcelos Martins
Psicólogo Clínico- Especialista em Psicodiagnóstico
CRP 11/05089

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